Por JENIFFER FERREIRA
AUTOR: Genevieve Valentine
ILUSTRADOR: Wesley Rodrigues
PÁGINAS: 320
PÁGINAS: 320
EDITORA: Darkside Books
SELO: Darkside
SELO: Darkside
ANO: 2016
GÊNERO: Ficção Fantástica e Literatura Estrangeira
SINOPSE: Respeitável público, sejam bem vindos ao Circo Mêcanico Tresaulti, o lugar para quem acredita no mundo mágico que nos rodeia. Permitam-nos conduzi-los por uma viagem através da luz e das sombras onde descobriremos uma forma de ver tudo e a todos. Onde não existe limite entre o picadeiro e a plateia, onde tudo é real e o limite é a nossa vontade de sonhar. Em pleno cenário pós-apocalíptico, 'O Circo Mecânico Tresaulti' ergue sua lona e dá início ao espetáculo. Ambientado sobre a perigosa superfície de um mundo devastado, cheio de bombas e radiação remanescentes de uma guerra pela qual todos já saíram derrotados, este romance nos apresenta uma caravana circense em eterna viagem através de muitas cidades sem país, região ou rota definida. Lugares que podem não mais existir quando o circo retornar. Aqueles que se juntam ao circo procuram segurança, trabalho sem risco de vida ou apenas uma nova forma de recomeçar. Através de imagens, a autora nos conduz por um realismo mágico com um toque da beleza steampunk, uma combinação que cria a atmosfera para personagens comoventes e de força poética.
"Até as costas de Ayar acertam as horas duas vezes por dia... E hoje é a minha vez de acertar na resenha!" (haha)
Depois
de dias tentando finalizar mais uma leitura eis que nasce uma nova resenha!
Estava averiguando a data de inicio de leitura e me assustei quando percebi que
dia 25 iria fazer um mês que este livro estava em minha cabeceira... Foi por
este motivo que decidi dar uma agilizada. E com vocês... Minha primeira resenha Darkside!:
Em uma era pós-guerra e apocalítica,
onde cidades estão devastadas e pessoas sem esperanças, eis que surge o Circo
Mecânico Tresaulti. Este cujo qual
transparece aquele fiapo de alegria. Esperança. Onde a plateia consegue achar
um motivo para sorrir e esquecer-se dos problemas e medos por um instante.
Boss, a responsável pelo Circo, já
ressaltara que o mesmo havia surgido há muito tempo atrás, porém ninguém a de
acreditar. Todos pensam que todo aquele espetáculo é “recente”, mas enganam-se.
Ninguém sabe a data exata de quando o Circo nasceu.
Todos que o assistem se surpreende: Façanhas
surpreendentes de acrobacia, homens fortes, dançarinas e máquinas vivas,
garotas voadoras mais leves que o ar, orquestra humana... Homens mecânicos além
da imaginação... Não ha um aldeão que não aplauda!
“O cartaz diz “Mais Leves que o Ar”. O clima na tenda é: Veremos.
Não que você espere que alguém caia – isso seria mórbido –, mas se você diz que
algo é mais leve que o ar, bem, as apostas estão feitas.”
Pág. 12
Como citado anteriormente, boa parte daqueles
que habitam o Circo são mecânicos. Não exatamente todos, também há pessoas sem
nenhuma modificação, os humanos, mas aqueles que sofreram com a guerra, precisaram ser
salvos da morte ou quiseram participar de um grupo especifico no Circo possuem alguma parte mecânica em seu corpo. Tais como perna, braço, remendos
com placas de aço ou qualquer coisa útil encontrada por aí.
Boss, como responsável do Circo e
Chefia, é aquela que faz todas estas modificações. É como se fosse
um poder – Um dom – Que nem mesmo ela sabe como o adquiriu. Apenas começou a
trabalhar e viu o que era capaz de fazer com um ser humano usando sucatas e engrenagens.
A linhagem do Circo cresce de acordo
com pessoas que aparecem em sua porta a pedido de emprego, comida ou um teto
para morar. Dependendo da necessidade e talento Boss os acolhe – Que sempre
passam por um teste antes. Little George
é um dos que sempre está tentando fazer um teste, mas Boss o coloca no posto de
chamar a freguesia, espalhando cartazes do Circo pela cidade. Ele é o um dos
mais próximos dela, o mais novo, e um dos personagens mais importante nesta
trajetória misteriosa.
“Eu
estava de guarda, mas só conseguia ficar idiotamente olhando para aquele rosto
tão esparso que mal parecia que ela tinha um [...] – “Eu gostaria de fazer um
teste”, ela disse. E eu sabia; chamei Boss.”
Pág. 24
O livro é narrado em 1º, 2º e 3º
pessoa, o que me deixou confusa no começo, pois as narrativas não são
organizadas de um jeito cronológico e linear, e sim de maneira aleatória. Ressalto que realmente
foi difícil por causa da narrativa e quantia de personagens envolvidos no livro.Tive que iniciar a leitura novamente, pois havia me perdido em toda
a história, e caso você também se perca... Volte! Agradeço até hoje por ter
voltado no primeiro capítulo, pois havia entendido muita coisa errada. Muita coisa mesmo!
Na narrativa em 1º pessoa temos o
Little George contando sobre si e todos que fazem parte do circo. Vemos como é
o seu dia-a-dia, suas experiências e tudo que ele sempre observara:
Elas entraram na tenda. Boss
me disse “mantenha-se ocupado, enxerido”, então peguei estacas de tenda e rolos
de corda e fiquei olhando para a entrada fechada da tenda [...] Pág. 24
Em 2º pessoa notamos que a autora
nos coloca em meio à narrativa, como se fossemos parte daquela história. Não
sei bem se era este o objetivo, mas realmente funcionou comigo. Senti-me em
meio a toda aquela agonia:
Você
precisa viver nos vagões com as trapezistas e suas mãos escorregadias. Você
precisa dormir na parte alta do beliche, com o rosto tão perto do teto que a
chuva goteja em seu pescoço, com Elena deitada do outro lado do corredor,
dormindo o sono dos justos. Pág. 53
E em 3º pessoa temos a descrição
clássica do narrador, que não se apresenta na história:
Ela não tem coragem de
modificar George. Ela tem a intenção; ele quer tanto ser um saltador que ela
consegue ouvi-lo sonhar. Algum dia ela o fará. Ele ainda é jovem. Pág. 110
E como a autora nos coloca em meio a
narrativas aleatórias notamos também, com o processo de nossa leitura, que
várias épocas são relatadas. Em principal, como cada artista entrou para o
circo – O que cada um era e fazia antes de se juntar a todo o espetáculo. Uns
eram soldados de guerra, fugitivos, sobreviventes, ou até mesmo saqueadores.
Não podemos se esquecer também de um
dos principais ícones deste livro: O homem alado (aquele que porta as tão belas
asas da capa do livro). O que me deixou muito feliz foi ver partes em que Alec
aparece, onde ambos os narradores descrevem como ele era, agia, ou até mesmo
como conheceu Boss e entrou para o Circo. Mas infelizmente ele caiu... O que
partiu o meu coração e fez surgir mais motivos de intrigas no livro.
“Foi para Alec que
ela fez as asas. Foi o único presente que ela já deu a alguém sem um novo nome
anexado, o único presente que ela deu sem matar alguém primeiro.”
Pág. 41
E se falando de ícones neste livro
posso citar aqui vários. Mais um deles são os homens do governo. Aqueles que
Boss e todo o Circo temem, pois pensam que o Chefe irá querer lhe arrancar uma
parte do lucro que eles ganham com os espetáculos. Mas Boss tem os seus motivos
para fugir. Principalmente quando o Chefe do atual governo, da cidade onde eles
estão acampados, decide visitar o Circo pela segunda vez em anos. Ressaltando
que é muito raro o Circo voltar a uma mesma cidade e pessoas da primeira
geração estarem vivas.
Outro ícone também muito importante
dessa trajetória é a pequena briga entre as pessoas do Circo. Motivo: As asas
de Alec, cujo qual fica penduradas na oficina de Boss. Dois personagens em
especial brigam por elas, e muitas vezes rodeiam Boss em tentativa de
convencê-la a quem dar a asa.
Como o livro trabalha com muitos
personagens, principalmente por se tratar de um circo, você irá se confundir no
inicio. Eu também me confundi, mas já havia memorizado os nomes dos mais
envolvidos na história antes mesmo de chegar à metade do livro. O que também me ajudou foi anotar o nome de
cada personagem referente à sua ilustração. Tais como a versão original de O
Circo Mecânico como a nacional é ilustrada com várias cenas da história, e isso
é maravilhoso, pois além de nos ajudar com o processo de leitura embeleza e
deixa o seu charme especial no livro.
Uma das ilustrações do livro + Meu processo de anotação de acordo com a leitura |
Esta versão de O Circo Mecânico que li é a
segunda edição da Darkside Books (2016). Uma edição especial em capa dura e
diagramação nova, que surgiu depois de alguns anos depois de sua primeira
publicação aqui no Brasil (2013).
As ilustrações foram feitas por Wesley
Rodrigues e são as mesmas da primeira edição. Nem preciso dizer que o trabalho
do Wesley é realmente maravilhoso, o que deixou até mesmo a própria autora
feliz. Quem não ficaria?
Ambas as capas são divinas, a Darkside sempre
faz um trabalho excelente em relação a isto, assim como os brindes que cada
livro nos presenteia. Na versão de 2013 temos um marcador que ao mesmo tempo é
um ingresso para o espetáculo, e na versão de 2016 também ganhamos um marcador,
que é bem diferente que o outro, porém muitíssimo bonito.
Com todo este belo trabalho da Darkside
peguei-me perguntando como seria a versão original do livro, e após ler o
prefácio de Genevieve Valentine nesta nova versão em capa dura fiquei ainda
mais curiosa.
Procurei pela web e achei a versão original
no próprio site da autora. Decidi compartilhar com vocês, pois penso que muitos
possam ter a mesma curiosidade que eu.
No site você encontra book trailer do livro,
assim como capítulos para degustação, lembrando-lhes que está tudo em inglês.
Mechanique. A tale of the Circus Tresaulti |
Você pode conhecer o Mechanique - A tale of the Circus Tresaulti
clicando AQUI
&
Você pode ler capítulos amostra em Inglês
clicando AQUI
&
Você pode ver ilustrações do Wesley Rodrigues
clicando AQUI
Espero que tenham gostado desta
resenha/análise de hoje. Se você está a fim de ler algo diferente e que foge
dos padrões “normais” de um mundo perfeitamente belo, recomendo com todas as
minhas forças O Circo Mecânico Tresaulti! Garanto que você irá se surpreender, se emocionar e se retorcer de agonia com muitas das partes descritas. É
fantástico. É diferente!
E não desista desta leitura. Apesar de ser um
tanto complicada de inicio você irá se acostumar com tudo: Personagens,
ambiente, narração... E verás que este Circo é mais unido do que vocês
imaginam.
Eu estou lendo o livro e uma coisa me confundiu eu achava que o little George que narrava pelo menos grande parte, mas cheguei uma pagina que varias vezes refere a ele em terceira pessoa, então não sei se é outra pessoa narrando ou se ele fala em terceira pessoa por estar nos descrevendo como o circo funciona.
ResponderExcluirObs não li a resenha pois ainda estou lendo o livro fiquei com medo de spoilers rsrsrsr
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